"Certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha. Foi até ela procurar figos e não encontrou. Então disse ao vinhateiro: ‘Já faz três anos que venho procurando figos nesta figueira e nada encontro. Corta-a! Por que está ela inutilizando a terra?’ Ele, porém, respondeu: ‘Senhor, deixa a figueira ainda este ano. Vou cavar em volta dela e colocar adubo. Pode ser que venha a dar fruto. Se não der, então tu a cortarás".
Momento da história...
Era uma vez uma viúva que tinha duas filhas. A mais velha era parecida com a mâe, em todos os sentidos, tanto fisicamente quanto na maneira de ser. Eram muito antipáticas e soberbas, a ponto de ninguém suportar viver junto a elas.
A mais jóvem, pelo contrário era doce e bondosa. Parecida com o pai, sua beleza era incomparável..A mãe tinha predileção pela mais velha e aversão à mais nova, fazendo com que ela comesse na
cozinha e que fosse responsável pelos afazeres da casa.Além disso, todos os dias tinha de caminhar mais de 2 quilometros até uma fonte para colher água, abastecendo ,assim, a casa.
Um dia, enquanto enchia um grande cântaro d´agua, aproximou-se dela uma pobre velhinha pedindo que lhe desse um pouco de água para beber.
"-É claro, vòzinha, com muito gosto" respondeu a menina. "-Espere que já encho a jarra". Lavou-a, encheu de água e entregou à senhora, ajudando-a a beber. Depois de beber, a velhinha disse:"-Você é muito bondosa, educada e bela. Vou lhe dar um presente." Aquela era uma fada que havia tomado a forma de uma velha camponesa para testar a bondade da menina. E, continuou:" Lhe darei um presente: para cada palavra que sair de sua boca, brotará uma flor ou uma pedra preciosa."
A menina voltou para casa um pouco atrasada, com o cântaro cheio e encontrou a mãe furiosa pela demora. "_Mãe, tem paciência. Lhe peço perdão", disse com humildade. E enquanto falava, saíam de sua boca, rosas, pérolas e diamantes enormes.
"-O que está acontecendo?" disse a mãe espantada."_Estou errada ou você está cuspindo pérolas e diamantes?" "_Como é isso, minha filha?" Era a primeira vez que a mãe a tratava em tom afetuoso. A menina contou, com ingenuidade, tudo que acontecera na fonte e enquanto isso, de sua boca continuavam a sair pedras preciosas e flores.
"-Oh, que fortuna, vou mandar minha outra filha à fonte" disse a mãe. "- Olhe! Olha o que sai da boca de sua irmã. Você também quer este dom? Basta ir à fonte beber água e tratar bem a velhinha." "- Não faltava mais nada eu ir à fonte agora!" reclamou a garota. "_Lhe digo que vá, agora mesmo." Retrucou a mãe.
A garota saiu correndo, levando a mais bela jarra de prata. Logo que chegou à fonte, apareceu uma bela mulher vestida como uma princesa. Pediu-lhe água. Era a mesma fada, agora vestida maravilhosamente., para ver até onde chegava a malcriação dessa menina que foi respondendo:"-Vim aqui para dar água a outra pessoa. Se quer beber, pegue a água você mesma. A fonte está aí!" "-Você tem pouca educação, menina." Disse a fada."-Já que é tão mal educada lhe darei um presente que, a cada palavra sua pronunciada, sairá de sua boca uma rã ou uma serpente."
Assim que a mãe a viu voltando para casa, lá de longe já gritava:"-Como foi, como foi?" "-Não amole, mãe." Ao responder assim, râs e víboras saíam de sua boca.
"-Oh, Deus, o que vejo? A culpa deve ser toda de sua irmâ. Ela pagará por isso". Ouvindo estas palavras, a jovenzinha correu e foi se refugiar no bosque próximo.
O filho do Rei que regressava de uma caçada, a encontrou pelo caminho e achando-a tão formosa, perguntou o que fazia só neste local e porque chorava. "-Minha mãe me expulsou de casa e queria me bater". Ao prununciar estas palavras , o príncipe viu sair de sua boca pérolas e brilhantes e pediu que lhe contasse como era possível algo tão maravilhoso. Contando tudo que acontecera, fez com que brotasse amor no coração do príncipe que considerou o dom dela mais valioso que o dote das damas de sua côrte.Casaram-se e foram muito felizes.A outra irmã se fez odiar tanto por todos, que a mãe também a expulsou de casa e a coitada se refugiando no bosque, veio a morrer.
Moral da estória: "A cortesia que as boas almas têm, à vezes custam dores e tristezas; mas, cedo ou tarde, a virtude resplandece e quando menos se espera se é recompensado."
